quarta-feira, 8 de junho de 2011

Deuses

Áthira, a escultora;
Nídas, o brincalhão; o feliz; a sorte;
Lyria, a pastora; a que provém;
Dûr, o trapaceiro; o oculto; o observador;
Artus, o protetor; o forte;
Siam, a vingadora; a Justiça;
Hiptú, o dia; luz;
Apatú, a noite;
Idin, o sábio; o pacífico;
Andin, o caótico; a tempestade;
Aifa, a guia; a esperança;
Ravor, o fim; o começo;o ciclo.

O inicio da história

O passado eterno
Por todo sempre, desde onde a memória dos faunos consegue alcançar, o chamado “passado eterno” é toda parte da história antes da humanidade. Até porque não faziam questão de registrar o tempo e seus acontecimentos. Passavam seus conhecimentos por meio da fala, por meio de histórias.
Antes dos invasores, as raças do povo fada viviam, de modo geral, em paz. Cada um sabia sua respectiva importância para o funcionamento do ciclo de vida em Geia. Alguns pequenos conflitos e mal entendidos, mas apenas casos isolados. Viviam, na realidade em uma paz quase absoluta. 
Cada raça detinha um poder e uma responsabilidade em relação a Geia. O povo fada trabalhava para cuidar do ciclo da natureza de modo que Geia não se esforçasse, fazendo com que a mãe terra e seus espíritos ancestrais não se desgastassem.
Faziam a terra ser sempre fértil, o ar ser sempre cheiroso e limpo, a água sempre pura e refrescante. A comida era sempre farta e nunca estragava. Era realmente um paraíso.



O período da tempestade
  Essa parte da história começa com o aparecimento dos Deuses forasteiros. Ao chegarem, foram recebidos e expulsos pelos grandes espíritos filhos de Geia. Mas como não queriam deixar aquele paraíso, tornaram-se estrelas para observar e admirar aquele belo lugar.
  Nesse período acontece o surgimento da raça humana e o de uma nova forma de fauna no plano de Geia, causando comoção nos povos que já residiam lá. Mas essa nova raça era grande e detinha poderes desconhecidos para os faunos. Houveram pequenos conflitos armados em que, na maioria do casos, os faunos perderam. Até acontecer o pedido de trégua.
Durante o período de trégua foi traçado o plano de “desumanização de Ibi”. Os faunos se infiltraram na sociedade humana, se urbanizaram. Quando já faziam um papel importante dentro das castas sociais, começaram a causar pequenos caos internos. Em pouco tempo, a humanidade já brigava entre si, com guerras e conflitos políticos. Quando estavam totalmente desunidos, foi quando houve o golpe final. Grandes guerras civis executaram a liderança e a força humana.

O dia glorioso

O ódio do povo fada surgiu com o aparecimento da ferida em Geia, ou como os humanos chamam: a fenda da lágrima. E dessa ferida onde uma montanha foi levantada pelos deuses invasores surgiu um novo ser. Esse ser causou espanto e desconfiança em nosso povo e ficamos a observá-los. Esse novo povo cresceu e prosperou de forma anormal aumentando ainda mais o nosso ódio. Usavam e destruíam nossas terras para seu próprio e único bem. Essa prosperidade provavelmente vinha desses deuses invasores que tentaram tomar e dominar a terra de Geia. Entendemos que a humanidade é fruto de algo ruim de Geia, algo antinatural.
            Então sentimo-nos responsáveis por vingar Geia e limpar essa peste de nossas terras ancestrais, mas os humanos eram muito organizados e fortes, detinham muito poder e muita coragem – o povo fada teria grande chance de falhar. E logo o plano foi traçado e executado. Os faunos começaram a se misturar. Recebemo-nos em nossas terras, espalhamo-nos, confundimo-nos. Entramos em sua sociedade e em pouco tempo criamos raízes. As raízes se tornaram tão profundas que nos tornamos prefeitos, generais, conselheiros reais... Influenciamos conflitos e pequenas guerras, instituímos a rivalidade e o ódio, manipulamos a confiança e os sentimentos. E quando conseguimos semear o grande caos o golpe final aconteceu. Um golpe perfeito executou a cabeça da sociedade humana. Seus grandes líderes foram assassinados. Ataques e guerras civis ocorreram por toda terra simultaneamente. As cidades e castelos foram tomados com velocidade. Suas armas que cuspiam fogo e suas magias agressivas não funcionaram contra nossa fúria.
            Os que sobreviveram fugiram para todos os cantos – para as terras dos povos-fada traidores, pros mares e montanhas. Para nosso povo, depois desse embate, a humanidade era uma doença que, se não fosse usada para algo útil, deveria ser exterminada. Mas a caça à escória foi, de forma geral, um grande fracasso. Os humanos lutaram bravamente em suas últimas fortalezas. Mas com meu novo exército formado, a história irá provar que a lei da natureza sempre prevalece, mais cedo ou mais tarde...


Rahku Machado - sombrio
                                                                                                                         Grande general sátiro

Um conto sobre os deuses

...E os deuses encontraram esta terra que sempre existiu, onde a beleza e a poesia são descritos por tudo que é visto. Perceberam também, que estes verdes pastos não poderiam ser pisados por seus pés, pois estes já tinham dono. Entenderam que, por serem forasteiros, não mereciam tal prazer, tal presente. Aos céus foram e como estrelas tornaram-se meros observadores. Mas Áthira apaixonada pela grande terra e triste por não poder tocá-la, chorou. Sua lágrima, ao atingir o chão deste lugar sagrado, criou uma cratera que começou a se expandir velozmente. Esse acontecimento gerou uma grande comoção entre os deuses. Tentando contornar a situação, uniram-se e invocaram um grande elo para evitar a continuidade da destruição. E ao piscar de seus olhos, seres saíram da fenda onde a lágrima caiu. Surpresos e emocionados notaram que esses seres eram semelhantes a eles. Ou melhor, não tão semelhantes, já que não possuíam a grandeza de um deus, pelo menos não a mesma grandeza. Possuía um dom que os grandes não detinham - o dom de gerar vida. E os deuses os tomaram como filhos...





Conto grafado nas pedras ancestrais.

Regiões

Pântano de Efir

A cidade de Efir, foi  a maior e mais rica das cidade-estado humana. Foi o local, também, onde aconteceu o dia glorioso, no qual houvera o maior ataque contra a humanidade. Durante este confronto, poderes mágicos realizados tanto pelos humanos quanto pelos faunos causaram um cataclisma mágico, criando um vórtice de natureza, afundando a cidade de um pântano.
A cidade era dividida em duas partes. Na parte baixa, residiam as pessoas de classe mais baixa – comerciantes, artesãos, soldados de baixa hierarquia. Basicamente construções mais simples, feitas de madeira com cobertura de paliçadas. Circulava a cidade até a ponte para a parte alta. Esse lado da cidade foi completamente devastada, sobrando apenas algumas construções de pedra, como algumas torres de guarda, estradas de pedra, e poucas casas de alguns comerciantes mais nobres que tem sua base em pedra. Hoje, quase todas áreas estão alagadas.  Durante esse e ataque, após o cataclisma, nenhuma vida humana conseguiu sobreviver ou residir ali depois.
Já na parte alta da cidade - local da nobreza, grandes artesãos, soldados de alta hierarquia, heróis, aristocratas – houve menos destruição. A maior parte das construções eram feitas de pedra, com alicerces centrais de madeira de lei, com telhas em seus tetos. Há variedade entre totalmente destruídas, parcialmente destruídas, mas algumas encontram-se no mesmo estado do passado. Ainda, ao alvorecer, pode ser vista essa parte gloriosa da cidade ao longe, tal parte que se localiza no pé da Cordilheira de Tordália. Por ser em terreno mais elevado, tal área não está alagada, porém é a mais perigosa.
Muitos não tem a coragem, audácia ou estupidez suficiente de passar por perto do pântano. Existem muitas lendas sobre quem ou que ainda reside ali. Poucos heróis que tiveram a audácia de entrar, nunca mais voltaram, nunca mais foram vistos. Com a exceção de um, que foi quem nos passou tais informações.

Floresta de Rad-aji

Talvez o lugar mais perigoso para o humano, por ser o centro de poder dos faunos. Floresta fechada, escura, úmida, densa. Com árvores de vários tamanhos e espécies. No centro desta floresta, passando por uma caminho por dentro das cordilheiras, pode-se achar o caminho para a cabeça da liderança fauna e, algumas lendas dizem, que se pode achar o caminho para mãe Íbi.  Sobre essa região, não temos muitas informações por falta de sobreviventes.




As terras geladas do norte – A utopia do norte.
Outra vítima de um cataclisma mágico, dessa vez causado unicamente por deuses humanos, foram as grandes terras do norte. Na antiguidade, um dos lugares mais bonitos e férteis de Íbi, foi a maior resistência humana durante os ataques. Infelizmente era também a residência de uma ramificação fauna muito perigosa: Minotauros. Muito tempo de guerra aconteceu até a última força humana conseguir resistir. Quando a última força cai, Apatú, a noturna, patrona desse reino, resolve se vingar. Conseguindo retirar todo calor que aquelas belas terras possuíam, assim como o calor dos corações de seus filhos que residiam ali fora retirado.
Conta-se que, em algum lugar naquela vastidão branca, existe a terra perfeita. Talvez deva existir mesmo, pois todos que tentaram a sorte dessa lenda nunca mais voltaram.